sexta-feira, 4 de maio de 2012

O Livro dos Jubileus - português - Capítulo 37 - traduzido por L.Monk 2012

[Capítulo 37]  
Esaú e seus filhos vão à guerra contra Jacó.

 37.1 E no dia em que Isaque, pai de Jacó e Esaú morreu, [2162 A.M.] os filhos
de Esaú ouviram que Isaque havia dado a porção do primogênito para seu
filho mais novo Jacó e eles ficaram muito bravos.

37.2 E eles lutaram com seu pai dizendo: "Porque teu pai deu a Jacó a porção
do primogênito e a passou de ti, mesmo sendo tu o filho mais velho e Jacó o
mais novo?"

37.3 E ele disse a eles: "Porque eu vendi meu direito de primogenitura a Jacó
por um pequeno prato de lentilhas, e no dia em que meu pai me enviou para
caçar e capturar e trazê-lo algo para que ele pudesse comer e me abençoar,
ele [Jacó] veio com astúcia e trouxe a meu pai comida e bebida, e meu pai
abençoou ele e me pôs debaixo de sua mão.

37.4 E agora nosso pai nos fez jurar, eu e ele [Jacó], que nós não deveríamos
desejar o mal um ao outro, cada um contra seu irmão, e que nós deveríamos
continuar em amor e em paz cada um com seu irmão e não corromper nossos
caminhos."

37.5 E eles disseram a ele [Esaú], "Nós não vamos lhe dar ouvidos e fazer
paz com ele; porque nossa força é maior que a força dele, e nós somos mais
poderosos que ele; nós iremos contra ele e o mataremos, e destruiremos a ele
e aos seus filhos. E se tu não fores conosco nós feriremos também a ti. 

37.6 E agora ouça-nos: Deixe-nos enviar Arã, Philistia, Moab e Ammon, e
deixe que eles escolham para nós homens escolhidos que são ardentes por
batalha, e deixe-nos ir contra eles e fazer guerra  contra ele, e que nós o
exterminemos da terra antes que ele se fortaleça."

37.7 E o pai deles disse a eles, "Não vão nem façam guerra contra ele [Jacó]
para que não venham a cair diante dele."

37.8 E eles disseram para ele, "Também esse é exatamente teu jeito de agir
desde tua juventude até este dia, e tu tem colocado teu pescoço debaixo do
jugo dele [Jacó]. E nós não ouviremos essas palavras." 

37.9 E eles enviaram Arã para Aduram para o amigo de seu pai, e eles
contrataram com eles mil homens guerrilheiros, homens escolhidos de guerra.

37.10 E eles vieram para eles de Moab e dos filhos de Ammon, aqueles que foram contratados, mil homens escolhidos, e da Philistia, mil homens
escolhidos de guerra, e de Edom e dos Horitas mil homens escolhidos
guerrilheiros, e de Quitim poderosos homens de guerra.

37.11 E eles disseram para seu pai: "Vá adiante e lidere-os, caso contrário
nós te mataremos."

37.12 E ele estava cheio de ira e indignação por ver que seus filhos o estavam
forçando a ir adiante e liderá-los contra Jacó, seu irmão.

37.13 Mas depois ele lembrou-se de todo o mal que deitava escondido em
seu coração contra Jacó, seu irmão; e ele não se lembrou do juramento que
ele havia jurado a seu pai e a sua mãe de que ele não desejaria nenhum mal
contra Jacó, seu irmão, por todos os seus dias.

37.14 E não bastasse tudo isso, Jacó não sabia que  eles estavam vindo
contra ele para guerra, e ele estava de luto por Lia, sua esposa, até que eles
se aproximaram bem perto da torre com quatro mil [4000] guerreiros, homens
escolhidos de guerra.

37.15 E os homens de Hebrom enviaram a ele (mensagem) dizendo, "Eis que
teu irmão veio contra ti, para lutar contra ti, com quatro mil cingidos com
espada, e eles carregam escudos e armas!" porque eles amavam mais Jacó
que Esaú. Então eles lhe contaram; porque Jacó era  mais liberal e
misericordioso que Esaú.

37.16 Mas Jacó não acreditou até que eles chegaram bem perto da torre.

37.17 E ele fechou os portões da torre; e ele ficou sobre o pináculo e falou
com seu Irmão Esaú e disse: "Nobre é o conforto com o qual tu vens me
consolar pela minha esposa que morreu. É este o juramento que tu juraste a
teu pai e novamente a tua mãe antes deles morrerem? Tu quebraste o
juramento, e no momento que tu juraste a teu pai tu foste condenado." 

37.18 E então Esaú respondeu e disse a ele, "Nem os filhos dos homens nem
as bestas da terra cumprem qualquer juramento com justiça desde sempre;
mas em cada dia eles desejam o mal uns aos outros, e (pensam) como cada
um pode matar seu adversário e inimigo.

37.19 E tu odeias a mim e a meus filhos para sempre. E não ha observância de amor fraternal contigo.

37.20 Ouça essas palavras que eu te digo: Se o javali [porco] pode mudar sua
pele e fazer suas cerdas serem tão suaves como a lã, ou se ele pode fazer
com que brotem chifres de sua cabeça como os chifres de um veado ou de
uma ovelha, então eu observarei o amor fraternal contigo. E se os seios se
separassem da mãe, tu não serias [és] meu irmão.

37.21 E se os lobos fizerem paz com os cordeiros de modo a não devorá-los
nem praticarem violência contra eles, e se os corações estivessem voltados
para eles para o bem, então haveria paz em meu coração voltado para ti.

37.22 E se o leão se tornar amigo do novilho e fizer paz com ele, e se ele
fosse preso sobre o mesmo julgo dele e sobre o seu mesmo arado, então eu
faria paz contigo.

37.23 E quando o corvo se tornar branco como a rasa, então saiba que eu te
amei e fazer paz contigo. Tu serás exterminado e teus filhos serão
exterminados, e não haverá paz para ti."

37.24 E quando Jacó viu que ele estava maldosamente disposto contra ele
com todo o seu coração, e com toda a sua alma para matá-lo, e que ele veio
correndo como o javali selvagem que vem para a lança e é furado e morto, e
não recua;

37.25 então ele falou com os seus e com seus servos que eles deviam atacá-
lo e todos os seus companheiros.

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